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Saúde

Ginecologista alerta sobre os perigos para as mulheres quando o DIU se desloca

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Ana Paula Siebert Justus, esposa do empresário Roberto Justus - Foto divulgação

Especialista comenta que a mulher pode suspeitar que o DIU migrou para outro órgão se perceber alguns sinais e sintomas, como dores abdominais intensas ou persistentes, desconforto pélvico, sangramentos irregulares ou até a ausência dos fios do DIU ao fazer o autoexame

Ana Paula Siebert Justus, esposa do empresário Roberto Justus, contou em suas redes sociais que fez um procedimento cirúrgico. O DIU Mirena, método contraceptivo que ela usa há anos, perfurou seu útero e foi para a área do abdômen. Segundo a ginecologista Juliana Risso (CRM-RJ 526961-5 e RQE 15.793), o DIU pode migrar do útero por várias razões. Uma delas é quando a inserção não é feita de maneira correta, o que pode fazer com que o dispositivo se desloque ao longo do tempo. Além disso, o útero é um músculo que se contrai, especialmente durante o período menstrual, e essas contrações podem empurrar o DIU para fora da sua posição. “Algumas mulheres também podem ter alterações na anatomia do útero, como malformações ou cicatrizes, que facilitam a migração do dispositivo. Atividades físicas intensas ou traumas na região podem contribuir para que o DIU saia do lugar”, explica.

Juliana ressalta que, em casos mais graves, pode haver febre, sinais de infecção ou até sintomas relacionados ao órgão para onde o DIU migrou, como dificuldades intestinais ou urinárias, caso tenha se deslocado para esses locais. Ela pontua que é necessária uma avaliação clínica e a realização de exames de imagem, como ultrassom ou radiografia, para verificar se o DIU saiu da posição correta e se foi para outro órgão. Esse diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações mais sérias.

Consequências

Um dos primeiros sinais pode ser a dor intensa, principalmente na região abdominal ou pélvica, que ocorre se o dispositivo perfurar o útero ou afetar outro órgão. A médica esclarece que pode haver sangramentos anormais fora do ciclo menstrual, que variam de leves a intensos, dependendo da lesão causada pela migração.

Outra preocupação é o risco de infecções, como a doença inflamatória pélvica (DIP), que pode ocorrer quando o DIU migra. Essa condição pode comprometer a fertilidade da mulher se não for tratada adequadamente. “Em casos mais graves, o DIU pode perfurar outros órgãos, como a bexiga ou o intestino, o que exigiria cirurgia para corrigir os danos”, aponta.

Quando o DIU se desloca, ele perde sua função contraceptiva, deixando a mulher em risco de uma gravidez indesejada. Se isso acontecer, há também um risco maior de uma gravidez ectópica, condição perigosa que requer intervenção médica imediata.

Cirurgia

De acordo com a ginecologista, a cirurgia não é sempre a única opção, mas em alguns casos pode ser necessária. Ela lembra que o tratamento depende de onde o DIU está localizado e dos sintomas que a mulher está apresentando.

Dra. Juliana Risso - Foto divulgação

Dra. Juliana Risso – Foto divulgação

Conforme a especialista, se o DIU se deslocou ligeiramente, mas continua no útero, deve ser possível removê-lo ou reposicioná-lo durante uma consulta ginecológica, usando instrumentos apropriados como a histeroscopia. No entanto, se o DIU migrou para fora do útero e está em outro órgão ou cavidade abdominal, pode ser necessária uma cirurgia para removê-lo, especialmente se houver risco de perfuração ou infecção.

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