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Saúde

Entenda o conceito de efeito rebote

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Especialista diz que esse processo inclui mudanças nos hormônios que regulam a fome e a saciedade: a fome aumenta e o metabolismo desacelera, dificultando a manutenção do peso perdido

O médico Matheus Lisboa (CRM-AL 8.530) explica que o efeito rebote ocorre quando, após perder peso, a pessoa recupera os quilos perdidos com o tempo, ou até ganhando mais, como, por exemplo, nos casos das cantoras Britney Spears e Christina Aguilera. Isso acontece porque o corpo, ao perceber a perda de peso, tenta se adaptar para economizar energia e proteger as reservas de gordura, como se estivesse em “modo de sobrevivência”.

Para entender o processo, Matheus usa a analogia do “elástico”. “Quando você perde peso, é como esticar esse elástico. O corpo resiste e tenta voltar ao tamanho original, fazendo algumas mudanças para “puxar” de volta ao peso antigo. Uma dessas adaptações é a hormonal. O corpo aumenta os sinais de fome e diminui os que indicam saciedade, tornando mais difícil resistir à comida. A grelina, hormônio que estimula o apetite, aumenta, enquanto os hormônios que ajudam a controlar a fome diminuem”, esclarece.

Além disso, o corpo “economiza energia”, diminuindo o gasto calórico em repouso mais do que o esperado para o peso perdido. Isso significa que, mesmo comendo pouco, pode ser mais fácil ganhar peso de volta. Outro ponto importante é que, ao perder muito peso rapidamente, não se perde apenas gordura, mas também músculos, que são como “motores” que ajudam a queimar calorias. Eles ajudam a manter o metabolismo ativo. Com essa perda, fica mais fácil para o peso voltar.

Efeito rebote acontece após um período de restrição alimentar

Segundo o especialista, a afirmação é verdadeira se essa restrição alimentar for intensa e levar a uma perda de peso muito rápida. Para emagrecer é necessário consumir menos calorias do que o corpo gasta, mas quando essa redução é muito drástica, o peso é perdido rapidamente e de forma insustentável.

Quando o corpo percebe uma redução rigorosa na ingestão calórica, ele se adapta, diminuindo o metabolismo e aumentando os hormônios que estimulam o apetite e a sensação de fome. “Isso faz com que, ao final da dieta, seja muito difícil manter o peso, já que o metabolismo está mais lento e a fome aumenta. Por isso, dietas extremas são insustentáveis em longo prazo e levam muitas vezes ao efeito rebote”, observa.

Efeito rebote no processo de emagrecimento: como evitar?

Reduzir o peso gradualmente: perder peso na medida certa, em vez de adotar dietas extremamente restritivas, ajuda o corpo a se adaptar melhor, minimizando as adaptações metabólicas que levam ao efeito rebote.

Preservar a massa muscular: a prática de exercícios, especialmente o treino de força, é crucial para manter a massa muscular durante a perda de peso. Isso ajuda a evitar a queda acentuada no metabolismo basal.

Dieta rica em proteínas: incluir uma quantidade adequada de proteínas (mais de 1,8 gramas/kg de peso) na alimentação ajuda a promover a saciedade e a preservar a massa magra, o que é essencial para manter o gasto energético alto.

Monitorar e ajustar o plano alimentar continuamente: manter o acompanhamento profissional para fazer ajustes na dieta e na atividade física, de acordo com o progresso, é fundamental para garantir que o plano continue eficiente e sustentável. Realizar o desmame e ajuste de medicações de forma gradual. Sempre acompanhada pelo médico assistente.

Dr. Matheus Lisboa - Foto divulgação

Dr. Matheus Lisboa – Foto divulgação

Consequências

Conforme o médico, um dos principais problemas é que muitas pessoas não só recuperam o peso perdido, mas acabam ganhando ainda mais do que tinham inicialmente. Quando o peso é recuperado, geralmente ocorre uma perda significativa de massa muscular e o que se ganha de volta é principalmente gordura. Isso piora a composição corporal e torna o metabolismo ainda mais lento.

O resultado é uma piora de parâmetros metabólicos como aumento do colesterol, descontrole dos níveis de açúcar no sangue, gerando preocupação com aumento do risco cardiovascular. A oscilação frequente de peso está associada a um maior risco de hipertensão e outras condições que elevam a probabilidade de doenças do coração.

O efeito rebote altera os hormônios que regulam a fome e a saciedade, aumentando o apetite e criando um ciclo de ganho de peso difícil de quebrar. Com isso também vem os impactos psicológicos, o ciclo de perda e ganho de peso constante pode levar à frustração, baixa autoestima e até mesmo a distúrbios alimentares, como episódios de compulsão. “Perder peso não é fácil, é um processo árduo e cheio de altos e baixos, afinal vivemos em um ambiente muito propício ao estresse e cheio de alimentos calóricos, além de sermos bombardeados pela mídia por dietas da moda que prometem milagres e encantam a quem não entende a fundo do assunto. Então, ter um acompanhamento profissional é de grande valia”, finaliza.

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