Eliziane: Contestar papel na CPI por relação com Dino abre precedente grave

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro, afirmou que é mais aliada do presidente Lula (PT) do que aliada do ministro da Justiça Flávio Dino.

Eliziane foi alvo de críticas da oposição justamente pela proximidade com Dino. Na comissão, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse que ela não tem imparcialidade porque mantém amizade de longa data com o ministro. “Não sou aliada política do Flávio Dino como sou do presidente Lula, como sou de vários outros colegas parlamentares que integram a comissão. Quando você retira um parlamentar por conta da participação em um grupo político, você teria que fazer isso com a Casa inteira. Quer dizer, você retira a prerrogativa de um parlamentar ser parlamentar, ou seja, se eu não posso integrar uma comissão porque tenho relação política com um parlamentar, é algo que abre um precedente grave.”

A senadora também contou na entrevista não haver definição para convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não confirmo e nem descarto [a convocação], acho que o dinamismo da CPI vai dizer se o ex-presidente poderá ser convocado ou não. Posso assegurar que não há uma decisão prévia sobre isso. Se a gente recebe documentos que substanciem a necessidade da convocação dele, ele será convocado; se não tivermos, não será convocado”. Eliziane Gama: ‘Há tentativa de limitar voz das mulheres; serei dura quando necessário’.

Na entrevista, ela falou sobre ter sido interrompida enquanto falava na comissão. “De fato, há uma tentativa de limitar a voz das mulheres. Também quero registrar que nós estamos em um resultado importante: a relatoria feminina em uma das CPIs mais importantes dos últimos tempos no Congresso Nacional.”