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Saúde

Saiba como a doença celíaca pode afetar a qualidade de vida

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A atriz Isis Valverde e a cantora Ivete Sangalo - Foto divulgação

Sintomas podem variar de pessoa para pessoa e afetar diferentes sistemas do corpo

Personalidades famosas como a atriz Isis Valverde e a cantora Ivete Sangalo são portadoras da doença celíaca. A médica Flavia Cohen (CRM-RJ 52753270) esclarece que essa patologia é uma desordem autoimune crônica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos. É caracterizada pela reação imunológica ao glúten — proteína encontrada no trigo, cevada e centeio.

Quando uma pessoa com doença celíaca consome glúten, seu sistema imunológico ataca o revestimento do intestino delgado, causando inflamação e danos às vilosidades intestinais, estruturas responsáveis pela absorção de nutrientes. “A doença é considerada autoimune porque o sistema imunológico, ao tentar combater a presença do glúten, ataca erroneamente os tecidos do próprio corpo, causando danos ao intestino”, afirma.

Cohen lembra também que a doença celíaca é frequentemente confundida com sensibilidade ao glúten não celíaca ou intolerância ao glúten porque ambas envolvem reações ao consumo de glúten e apresentam sintomas gastrointestinais semelhantes, como diarreia, inchaço e dor abdominal. No entanto, a profissional ressalta que a sensibilidade ao glúten não celíaca não envolve uma resposta imunológica ou danos ao intestino delgado como na doença celíaca. Na intolerância ao glúten, o sistema imunológico não está envolvido, e os sintomas geralmente desaparecem quando o glúten é removido da dieta, sem os riscos graves associados à doença celíaca.

Sintomas e causas

A especialista observa que a doença celíaca é desencadeada pela ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos. Fatores ambientais, como infecções gastrointestinais ou estresse, também podem contribuir para a ativação da doença em pessoas predispostas. Já os sintomas mais comuns incluem:

Digestivos: diarreia crônica, constipação, dor abdominal, distensão, gases, náuseas, vômitos.

Nutricionais: perda de peso, anemia (deficiência de ferro ou folato), desnutrição.

Neurológicos e psicológicos: fadiga, dor de cabeça, neuropatia periférica, depressão, ansiedade.

Dermatológicos: dermatite herpetiforme (erupção cutânea pruriginosa).

Outros: osteoporose, artrite, infertilidade, atraso no crescimento em crianças.

Riscos

Se não for tratada, a doença celíaca pode levar a complicações graves, como infertilidade e abortos recorrentes. Além disso, temos:

Desnutrição: devido à má absorção de nutrientes. Osteoporose: devido à má absorção de cálcio e vitamina D. Anemia severa: por deficiência de ferro ou vitamina B12.

Doenças autoimunes adicionais: como tireoidite autoimune, diabetes tipo 1.

Câncer intestinal: principalmente linfoma de intestino delgado.

Problemas neurológicos: neuropatia periférica e ataxia.

Diagnóstico

Exames de sangue: detecta anticorpos específicos, como antitransglutaminase tecidual (anti-tTG) IgA e anticorpos antiendomísio (EMA). Esses testes devem ser feitos enquanto o paciente continua consumindo glúten.

Biópsia do intestino delgado: se os exames de sangue forem positivos, uma endoscopia com biópsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico. A biópsia mostrará danos às vilosidades intestinais.

Testes genéticos: identifica a presença dos genes HLA-DQ2 e HLA-DQ8, que estão associados à doença celíaca. No entanto, esses genes também estão presentes em uma grande parte da população saudável.

Dra. Flavia Cohen - Foto divulgação

Dra. Flavia Cohen – Foto divulgação

Tratamento

Conforme a médica, o único tratamento atualmente disponível para a doença celíaca é uma dieta rigorosamente sem glúten pelo resto da vida. “Isso significa evitar todos os alimentos que contenham trigo, cevada, centeio e, em alguns casos, aveia (a menos que seja rotulada como sem glúten). Essa dieta permite que o intestino delgado se recupere e previne sintomas e complicações futuras”, aponta.

Os pacientes recém-diagnosticados podem precisar de suplementação de vitaminas e minerais para corrigir deficiências nutricionais; monitoramento regular para avaliar a recuperação intestinal e aderência à dieta; apoio de um nutricionista, especialmente treinado, para ajudar na adaptação da dieta sem glúten.

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